Em meio ao calor que atinge grande parte do Brasil durante o período mais quente do ano, em outros pontos de globo, as pessoas clamam por alguns graus a mais. Uma onda de frio de até -65ºC vem aterrorizando os moradores de regiões que atualmente enfrentam o inverno, e já causou a morte de quase mil pessoas na Europa, África, América do Norte e Ásia. Apenas no Canadá e nos Estados Unidos, por exemplo, já foram mais de 100 mortes.
A culpa para esse fenômeno, de acordo com os especialistas, é a ação de massas polares intensificadas por vórtices ciclônicos, além de correntes de jato que rondam o Círculo Polar Ártico. Essas condições acabam gerando ventos de 300 km/h, o que piora a sensação térmica e causa tempestades avassaladoras de neve.
Imagens de uma tempestade de neve registrada em Tahoe City, no estado da Califórnia, nos EUA:
Bod Strong/Reuters
Entre as principais causas de morte estão a falta de abrigo, que atinge especialmente os moradores de rua, que ficam completamente expostos e vulneráveis à ação do frio e do gelo. Além disso, os acidentes de trânsito ficam mais frequentes, por conta das condições precárias que a neve proporciona às estradas.
De acordo com o blog ‘De Olho no Tempo’, o frio também atingiu consideravelmente a África. No Deserto do Saara, normalmente citado pelo calor quase insuportável apresentado na região durante o verão, a neve mostrou sua cara pela segunda vez desde 2012. Além disso, áreas mais altas da Argélia chegaram a marcar -5ºC.
O frio não poupou a Argélia, país africano, e causou muitos problemas também pela região. Na foto, nevasca registrada em Sidi Bel Abbes, na parte norte do país. / Créditos da imagem: Assaf Jourber
Ainda na África, outro país conhecido pelas temperaturas elevadas, o Egito foi atingido por uma onda de frio que chegou a um mínimo de 3ºC. O que pode parecer bastante perto das temperaturas vistas em outras regiões do globo (menos de -40ºC na Rússia, por exemplo), mas isso significa a menor temperatura mínima em 100 anos.
E falando em temperaturas inferiores a -40ºC, elas não foram registradas apenas na Rússia – onde o frio não é um inimigo tão novo e desconhecido assim (Hitler pode contar essa história). Ao norte da Mongólia, país localizado no continente asiático, as temperaturas chegaram na casa dos -45ºC, quebrando o recorde de temperatura negativa desde 1968 no país. Mas sem sombra de dúvidas as temperaturas mais desumanas foram registradas na Rússia. Em áreas mais remotas, pouco habitadas, o frio chegou a incríveis -65ºC no norte da Sibéria.
A neve mudou completamente a paisagem do Monte Sinai. / Créditos da Imagem: Ahmed Keshow
E não são apenas as pessoas que sofrem com o frio. Bem como os moradores de rua, que normalmente não conseguem se abrigar das temperaturas congelantes, muitos animais acabam perdendo a vida, totalmente expostos ao frio. As plantações, assim como a vegetação, também sofrem danos muitas vezes irreparáveis.
Animais mortos pelo frio intenso. / Créditos da imagem: Arquivo/Greg Baker/AP
Raposa completamente congelada em Fridigen, no sul da Alemanha. O animal caiu no Rio Danúbio, de acordo com o ‘De Olho no Tempo’. / Créditos da imagem: Joahnnes Stehle
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 800 mortes já foram confirmadas em toda a Europa. Destas, foram 25 na Alemanha; 90 na Bulgária; 50 na República Tcheca; 45 na Romênia; 300 na Turquia e 150 na Ucrânia. Na Turquia, que apresenta os maiores números oficiais, foram registrados cinco metros de neve desde o início da estação mais fria do ano. Em condições normais, a média anual do país fica em torno de dois e três metros.
Ainda pode ser ainda pior, as próximas imagens…
Carros completamente tomados por gelo na Turquia, um dos países mais afetados pelas baixíssimas temperaturas. / Créditos da imagem: Asis Jakr
Créditos da Imagem: Valantis Dastamanis
Confira outras imagens que ilustram a onda de frio intenso na Turquia:
Crédito das imagens: Athanasia Mpasoykoy – Manos Sparis – Konstantina Kolokouri – Pascal Manis – Spiros Soulis – Steni Dirfyos)
Durante as tempestades geladas, foram registradas ondas de até oito metros na Dinamarca, além de ventos de 120km/h. / Créditos da Imagem: Óli Reinert Á Geilini
Via
Climatologia Geográfica /
De Olho no Tempo