Após levar 32 facadas do ex-namorado,jovem se casara com o bombeiro que a salvou
Créditos: Reprodução / BBC / Melissa Dohme
A norte-americana Melissa Dohme sobreviveu a 32 facadas de seu ex-namorado em 2012, quando tinha 20 anos. Após a violência, ela achava que nunca mais teria outro relacionamento, mas agora vai se casar com um bombeiro que integrou sua equipe de resgate.
No relato, publicado pela "BBC", a jovem afirmou que seu ex-companheiro, Robert Vurton, era encantador no início, mas teve uma mudança de comportamento quando ela se candidatou para estudar nas universidades.
"Ele me diminuía e não queria que eu tivesse sucesso. Tentei terminar, mas ele disse que, como sua namorada, eu deveria ajudá-lo, não abandoná-lo. Ele dizia que se mataria se eu o deixasse", contou ela.
Depois de agredir Melissa pela primeira vez, o homem foi acusado de violência doméstica e sentenciado à prisão. "Em 24 de janeiro de 2012, ele me ligou às 2h da manhã. Ele tinha ido ao tribunal por conta da acusação de violência doméstica e disse que precisava dar um desfecho àquela relação terrível, que só precisava de um abraço, que, se eu o visse mais uma vez, ele me deixaria em paz para sempre".
A americana sobreviveu a 32 facadas de seu ex-namorado em 2012
Ao se encontrar com o rapaz, a americana foi agredida com um canivete. "Ele começou a me esfaquear várias vezes. Lembro da dor dos primeiros golpes, mas, depois, tentei reagir e mordi sua mão. Estava dando socos nele, gritando e fazendo todo o possível, mas sempre acabava perdendo o equilíbrio e caindo no chão, porque estava perdendo muito sangue", lembra.
A cena da agressão foi vista por duas pessoas, que chamaram a polícia. "Depois de ver eles, Robert pegou uma faca maior, com uma lâmina de serra, e me atacou. Ele queria me matar. Ele sabia que policiais estavam a caminho e queria terminar o serviço".
O homem deixou Melissa sozinha na estrada e ela foi resgatada com fraturas no crânio, mandíbula, nariz e com o lado direito do rosto paralizado. Robert tentou se matar, mas foi pego pela polícia.
Após a recuperação, a jovem começou a dar palestras sobre relacionamentos abusivos. Em certo dia, ela conheceu a equipe que participou de seu resgate, incluindo o bombeiro Cameron, com quem começou a namorar. O ex-companheiro de Melissa foi sentenciado em 2013 à prisão perpétua.
Créditos: Reprodução / Facebook Support Melissa
No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia, 180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.
O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.