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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Um Milagre em Caná – Jo 2.1-11

Foi em Caná da Galiléia que Jesus operou o seu primeiro milagre. Caná era uma pequena cidade que ficava uns seis km ao norte de Nazaré, cidade esta localizada no sul da Galiléia, foi este o lugar que Cristo escolheu para surpreender seus discipulos, mestre-sala, convidados e os noivos, transformando água em vinho, tendo em vista, que o primeiro vinho havia acabado antes mesmo do termino da festa.
Introdução
Jesus não somente fez um milagre que espantasse a todos quantos estavam presentes, mas Ele atingiu outras áreas na vida de alguns presentes com alguns princípios ensinados por Ele neste milagre. E João registrou com clareza esses princípios ou verdades que extraímos do texto para nós.
Posto isto, quais são os princípios ensinados por Jesus neste milagre em Caná da Galiléia?
1- O “primeiro vinho” retrata a capacidade humana, pois uma hora ela acaba. (v.3)
Maria (mãe de Jesus) percebeu a movimentação e a aflição estampada no rosto do mestre-sala naquele momento e dirige esta frase a Jesus: “Eles não têm mais vinho”, Jesus por sua vez sabia que tudo estava cooperando para um desfecho maravilhoso, a saber, o grande milagre.
O mestre-sala (pessoa encarregada da ordem e do cerimonial de uma festa) tinha sido contratado pelo noivo para a realização da festa com muita exatidão e vendo ele que o vinho tinha acabado antes do termino da festa e antes que alguns pudessem estar satisfeitos, ficou totalmente aflito e angustiado a ponto de se ver isto estampado no rosto dele. Ele (mestre-sala) comunica ao noivo que o vinho acabou, achando ele que o noivo pudesse dar uma solução para o problema, e o noivo confiando no mestre-sala, afinal, este era contratado para o bom andamento da festa. Ou seja, um estava confiando no outro para que solucionasse o proágulo ali posto.
Vemos aqui o primeiro principio relatado neste milagre, o primeiro vinho tinha acabado. E com isso a capacidade e habilidade humana de realizar. Noivo, noiva, mestre-sala e os serventes depositaram a sua confiança no primeiro vinho que representa a “capacidade humana e limitada”.
Quantas pessoas vivem assim hoje: depositando sua confiança na capacidade humana, crentes que estão confiando "somente" na sua própria força ou capacidade quando não estão correndo atrás do pseudos "Vasos" de Deus, depositando suas esperanças de resposta para suas indagações ou solução de seus problemas unica e exclusivamente na vida espiritual alheia, mas nunca deposita sua espera e confiança no Senhor. Sim! Pessoas que no momento de aflição, de prova, em vez de buscar de Deus o refrigério, a resposta, a direção em oração, correm pra casa da “irmã Chiquinha sapato de fogo” (aquela de revela), quando não pra casa do “irmão Joãozinho canela de fogo” (o profeta), depositando assim sua confiança nos canais que Deus pode usar, mas nunca vai até a FONTE inesgotável de paz, unção, poder, refrigério, etc. Esta Fonte nunca nos decepciona e nunca se esgota, ao contrário da capacidade humana e dos canais usados por Deus.
Noivo, noiva, mestre-sala e os serventes se decepcionaram porque depositaram a sua confiança no primeiro vinho que acabou gerando uma aflição no coração deles, pois haviam ali muitos convidados a serem servidos e não tinham nenhuma solução para o problema. E os responsáveis pela festa não tinham reserva de vinho confiaram na quantidade que ali estava. Isto também acontece com crentes que confiam em suas condições financeiras ou na sua capacidade intelectual e nunca se prepara para o imprevisível, nunca tem reserva, são iguais as virgens loucas (Mt 25) confiam somente no que tem e não se prepara tendo uma reserva. Tanto confiar em mim (na minha capacidade somente), e nas pessoas (depositando sobre elas minha esperança) eu sempre vou me decepcionar, mas quando confio no Senhor e sou Bem-Aventurado.


"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto". (Jr 17.5-8)
  
“Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus”. (Sl 20.7)
2- O “tempo de Deus” se manifesta na hora certa. (v.4)
Jesus, já sabia que do ocorrido, de não ter mais vinho, mesmo antes de sua mãe (Maria) lhe avisar. E com isso estava esperando o momento certo de operar um grande milagre. Jesus sabia que os envolvidos nesta festa ainda buscariam alguma maneira de solucionar o problema pelas “suas próprias capacidades”, e isso impede o agir de Deus.
A resposta de Jesus à sua mãe, quando esta lhe avisa do ocorrido foi: “A minha hora ainda não chegou”. Vemos aqui que Jesus estava esperando a hora certa de agir, ou seja, “o tempo de Deus”, repare que Ele diz: “a minha hora”. Jesus não diz: a hora do noivo, nem tampouco a hora do mestre-sala. Cristo não trabalha dentro do nosso tempo, nem tampouco no momento em que queremos, mas sim no momento que Ele determinou pra nós segundo o seu Propósito.
No grego existem duas palavras para o tempo: “chronos e Kairos. Enquanto chronos refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, que pode ser medido, kairos refere-se a um momento indeterminado no tempo, em que algo especial acontece na Teologia, é "o tempo de Deus". O Kairos é o tempo que não pode ser medido e sim vivido e vivenciado.
Jesus esperou a hora certa, ou seja, o “Kairos” para realizar este o milagre, esperando os envolvidos no casamento “desistirem de tentar achar solução para o problema”. Quando “desistimos de tentar achar solução ou tentar merecer algo de Deus”, é neste exato momento que Ele (Jesus) aparece em cena e opera o milagre que não merecemos, mas Ele manifesta sua Graça para conosco.
3- O “segredo” é fazer tudo o que o Senhor Jesus nos manda. (v.5)
Maria aponta o segredo do milagre para os serventes (que seriam os garçons em nossos dias). Dizendo aos serventes que: fizesse tudo o que Cristo dissesse. Quando Maria aponta pra Cristo em suas palavras, Ela estava revelando a Fonte de toda a Esperança e de qualquer milagre, pois não existe outra Fonte de Poder, o que pode haver são canais usados por essa Fonte. Porém esses canais um dia se esgotam acabar ou deixar de jorrar, pois os canos ligados a Fonte estão intupidos e precisam de uma limpeza e manutenção.  
Em outras palavras Maria queria dizer a todos que: até aquele exato momento eles não conseguiram ter êxito em suas tentativas frustradas de tentarem solucionar o caso, e se quisessem de fato alcançar a vitória esperada, teriam que fazer tudo o que Cristo dissesse.
O segredo para termos uma vida vitoriosa em Cristo, é de fato “fazer a vontade de Jesus”. Quando isto acontece tudo o que fazemos será prospero (Sl 1.1-3).
Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando (Jo 15.14). Quando fazemos o que Jesus nos manda, além de termos uma Vida Vitoriosa, passamos a ser seus amigos e o nosso relacionamento com Ele se estreita ainda mais a ponto de termos maior intimidade com.
A obediência às palavras de Jesus precede qualquer tipo de sacrifício. “Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”. (1Sm 15.22)
4- Fazer a vontade de Jesus às vezes será muito pesado. (v.6,7,8)
Os serventes fizeram exatamente conforme as palavras de Jesus, pegaram seis talhas que ali estavam para serem usadas para purificação (lavar as mãos e os pés) de quem chegava da rua para entrar em casa, e encheram de água.
Repare que o artefato era feito de “pedra” e com isso muito pesada, e se não bastasse o peso das talhas somente, agora teriam que colocar aproximadamente 102 litros de água em cada uma delas, e após teriam que transportar as talhas até o mestre-sala. Com certeza tinham muitos serventes envolvidos neste trabalho árduo e pesado, porém seria muito recompensador a estes serventes, pois seriam os únicos que veriam a água sendo transformada em vinho. Pois no momento em que eles se dirigiram ao mestre-sala à água ainda era água, mas no decorrer do transporte viram diante de seus olhos a água sendo transformada em vinho e o milagre acontecer.
Portanto, fazer a vontade de Jesus pode até ser pesado algumas vezes diante de nossas capacidades, porém será gratificante vermos diante de nossos olhos uma quantidade de água que não tem cheiro, sabor e nem cor, se transformar em um vinho muito saboroso.
5- O “Segundo Vinho”. O melhor de Deus está no final. (v.9,10)
Tendo o mestre-sala provado do segundo vinho (a água transformada em vinho) chamou o noivo indignado com aquilo. Pois não sabia de onde vinha aquele vinho especial. O mestre-sala repreende o noivo dizendo: olha todos servem o melhor vinho por primeiro e depois que todos já beberam fartamente servem o inferior e voce guardou o melhor para o final.
O mestre-sala se indignou também pelo fato de ser um profissional contratado para a realização do evento e tinha ele um nome a zelar, (profissionalmente dizendo). Mas naquele instante nem o noivo e a noiva não sabiam da existência daquele vinho, somente os serventes que carregaram a água na talhas até o mestre-sala. Jesus surpreendeu a todos com aquele vinho pois era um vinho que ninguém havia experimentado antes de tão saboroso.
O primeiro vinho que representava a “capacidade humana e limitada” já tinha se acabado, e agora no segundo vinho que representa o “Melhor de Deus” a “Alegria e Paz de Cristo” e a “Plenitude do Espírito Santo”, que não pode faltar em qualquer festa, casamento ou vida cristã, estava sendo servido como “cortesia” de Jesus a todos os presentes. Cristo sempre tem algo reservado a nós que nos surpreenda, que nos deixe estupefato com o que vemos.
“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”. (Ef 3.20)
O melhor de Deus está no fim, foi no fim da vida do Apóstolo João que teve as revelações do Apocalipse na ilha de patmos. O império romano o jogou lá para que morresse pelas feras que lá havia, tendo em vista que João já estava com seus 90 anos. Porém mal sabiam eles que estavam cooperando para o Reino de Deus.
“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. (Rm 8.28)
Conclusão
Lembre-se que Cristo reservou pra nós o melhor para o final, a saber, “a vida eterna”. E enquanto este momento tão esperado não chega, podemos sim viver uma vida abundante aqui na terra, experimentando as maiores bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3). Viver uma vida abundante não é requerer de Deus uma vida repleta de dinheiro e prosperidade financeira, e sim, uma vida cheio de Paz que só Cristo pode dar, cheia da unção de Deus e mais do que qualquer coisa, ter certeza de vida eterna.

Abraço em Cristo, Alexandre Pitante. 

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