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sábado, 29 de janeiro de 2011

Pôr do sol na Praia de Jacaré, ao som do Bolero de Ravel !

Diariamente, quando o sol se põe, o Bolero ecoa na Praia do Jacaré e as atenções se voltam para Jurandy do Sax. Ouvi-lo é inesquecível

Ver o pôr do sol na Praia de Jacaré, ao som do Bolero de Ravel, é indispensável para quem vai a João Pessoa na Paraiba . Mas, antes de tudo, convém esclarecer que o local não se trata de uma praia, e sim do encontro do Rio Paraíba com o mar. Ah, também não existem jacarés por lá. Esse nome surgiu porque nos anos 1960 havia uma base dos Correios, como se fosse um hidroporto, na qual pousavam aviões do tipo Catalina. Quando a aeronave descia nas águas, formava-se uma onda com a aparência de uma boca aberta. Daí, os ribeirinhos apelidaram o local de jacaré. Para preservar a região, o Patrimônio Histórico do Estado tombou a área ao longo do rio, e nada mais pode ser construído por lá.

A estrutura que existe hoje surgiu aos poucos, impulsionada pela música de Maurice Ravel, e atrai pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo. De acordo com os moradores do Jacaré, a moda do bolero apareceu por acaso, na década de 1980 (2), quando só existiam dois bares na região. Eleonora Freitas, que era proprietária do bar Caleidoscópio, resolveu em um certo dia colocar o LP do filme Retratos da Vida para tocar na vitrola do bar e, no momento em que a música Bolero começou, o sol baixou no horizonte.

No fim de semana seguinte — na época, o local não abria todos os dias —, os clientes pediram que a música tocasse de novo. E foi assim que tudo começou. Primeiro, o LP foi substituído pelo CD. Depois, quando o Caleidoscópio já havia fechado, a tecnologia deu lugar à interpretação de Jurandy do Sax, que inovou tocando ao vivo, dentro de uma pequena canoa. Se você espera um show simples, então vá preparando suas emoções, pois se trata de um momento especial. Não há quem não se encante com o conjunto formado pelo rio, o crepúsculo, o passeio da canoa e o som suave do saxofone. Quem já presenciou esse espetáculo da arte e da natureza não esquece; e quem pode sempre volta.

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