O homem que vê com os ouvidos
Irlandês é considerado um dos primeiros ciborgues do mundo
Ele não consegue ver cores por conta de uma doença chamada acromatopsia, que faz com que todas as imagens para as quais olha fiquem pretas e brancas. Mas o artista Neil Harbisson deu um jeito de fazer seu mundo não ficar apenas em tons de cinza.
Ele criou um equipamento que identifica freqüências de cores e as converte em freqüências de áudio, despejadas por um chip no seu crânio. As reverberações e sons indicam quais são as cores que estão na frente do equipamento. Após anos de treinamento, seu cérebro sabe quais sons significam ao todo 360 tonalidades. Mas ele não parou por aí. Harbinsson criou a Cyborg Foundation, e começa a ajudar outras pessoas a viabilizar ideias simples de conexão entre seres humanos e máquinas para criar novos ciborgues.
Como foi que se tornou um ciborgue?
Eu nasci com um problema de visão chamado acromatopsia, o que faz com que eu só consiga ver em preto e branco, em escalas de cinza. Quando estava estudando composição musical na Inglaterra, fui a uma conferência sobre cibernética e descobri que poderia usar a tecnologia para estender os sentidos, e foi aí que eu fui falar com o cara que estava dando a conferência. Eu expliquei que só podia ver em branco e preto, e perguntei se ele não poderia começar um projeto para que eu pudesse perceber cores de alguma maneira. Foi aí que começamos esse projeto.
Você já era um artista antes do eyeborg?
Sim, eu estudei composição musical e pintava, mas só em escalas de cinza. Não usava cores.
E com o aparelho, você agora pinta usando cores.
Sim. Mas, não é a coisa mais importante que mudou. O mais importante é que agora eu posso perceber cor de alguma forma com meus sentidos. Cor é algo que você usa todos os dias em situações normais. É algo cultural, que as pessoas às vezes não percebem. Está em todos os lugares. Em todos os livros, a cada duas ou três páginas há uma palavra de uma outra cor, ou num mapa, ou numa conversa normal, o nome de uma cor sempre aparece. Antes do dispositivo, isso não significava nada para mim. Agora, eu tenho o meu próprio significado do que são as cores.
Fonte: Galileu
Fonte: Galileu