Ilha fantasma no Japão completará 40 anos.
Em 1890 a Mitsubishi iniciou a realização de um ambicioso sonho humano: poder construir uma cidade inteira sobre o mar. Foi então, que decidiu comprar a Ilha Hashima localizada na província de Nagasaki. O objetivo principal dessa construção foi servir de abrigo aos trabalhadores das minas de carvão submarinas. Porém, a partir da década de 1960 o petróleo passou a ser utilizado em larga escala mundialmente e o carvão foi rapidamente trocado por esse novo combustível, com isso, as fábricas de carvão japonesas foram fechadas, inclusive Hashima.
Após a saída de toda a população, a ilha ficou completamente baldia. E o que percebemos com as imagens é que a desconstrução das paredes, das escadas, do teto... Nos remete a decomposição de nós mesmos. Mesmo com toda a necessidade do ser humano em ser lembrado, mesmo desenhando estruturas sobre materiais aparentemente resistentes, mesmo que escrevamos a melhor das histórias na terra tudo será esquecido.
Elas desfragmentam-se em partículas invisíveis aos nossos olhos tão perecíveis, e atiram-se aos mares, aos ventos e a quântica. Isso é o que está acontecendo com essas construções que abrigam tantas histórias, tantos toques nas pareces, abrigam homens e mulheres fazendo amor, abrigam o ideal de proteção idealizado pelo homem que não se sustentou.
Essas imagens me mostram acima de tudo o quanto viver o momento intensamente é a lei que rege as coisas dentro de todos esses astros suspensos. E que a decomposição dessas construções demonstra á rápida e genial passagem do ser humano sobre a terra.