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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ilha fantasma no Japão completará 40 anos.

Em 1890 a Mitsubishi iniciou a realização de um ambicioso sonho humano: poder construir uma cidade inteira sobre o mar. Foi então, que decidiu comprar a Ilha Hashima localizada na província de Nagasaki. O objetivo principal dessa construção foi servir de abrigo aos trabalhadores das minas de carvão submarinas. Porém, a partir da década de 1960 o petróleo passou a ser utilizado em larga escala mundialmente e o carvão foi rapidamente trocado por esse novo combustível, com isso, as fábricas de carvão japonesas foram fechadas, inclusive Hashima.

Após a saída de toda a população, a ilha ficou completamente baldia. E o que percebemos com as imagens é que a desconstrução das paredes, das escadas, do teto... Nos remete a decomposição de nós mesmos. Mesmo com toda a necessidade do ser humano em ser lembrado, mesmo desenhando estruturas sobre materiais aparentemente resistentes, mesmo que escrevamos a melhor das histórias na terra tudo será esquecido.
As imagens me mostraram que o tempo passa pelos espaços, se alimenta de suas memórias e as aprisiona em um ciclo eterno de desconstrução e construção, propiciando, assim, um espaço livre para que sejam compostas eternamente novas memórias que acompanharão a expansão do universo, não estagnando por nenhum minuto em si mesmas. Porém, não acredito que tudo isso não vá para lugar algum, o universo vai para algum lugar, esta indo agora mesmo, e nossas memórias que estão dentro desse ciclo hão de ir também.

Elas desfragmentam-se em partículas invisíveis aos nossos olhos tão perecíveis, e atiram-se aos mares, aos ventos e a quântica. Isso é o que está acontecendo com essas construções que abrigam tantas histórias, tantos toques nas pareces, abrigam homens e mulheres fazendo amor, abrigam o ideal de proteção idealizado pelo homem que não se sustentou.
Todos que vivem agora e dividem o mesmo momento do mundo irão morrer praticamente no mesmo período e a humanidade será renovada por inteiro daqui a míseros anos e as memórias de nossas vidas irão decompor-se assim como nós e tudo que criamos. Pode parecer meio pessimista essa visão mais na verdade ela é estupidamente bela se observarmos que enquanto vivermos somos os donos do mundo e de nossos caminhos. Que podemos criar o que quisermos, nem que seja por um momento na história de nosso universo. Manipulamos muitos elementos físicos e químicos, temos a arte, temos diversos biomas feitos quase sob medida para um tipo de humano (ou todos), temos os sabores dentro de nossa língua de tudo que os diferentes tipos de terra dentro de uma terra só produz e temos o sexo, como um presente inexplicavelmente perfeito dado aos seres que tem um coração ou algo do tipo bombeando vida para dentro de suas frágeis moléculas.

Essas imagens me mostram acima de tudo o quanto viver o momento intensamente é a lei que rege as coisas dentro de todos esses astros suspensos. E que a decomposição dessas construções demonstra á rápida e genial passagem do ser humano sobre a terra.

Fonte:Bauruzeira

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