Orelha de mulher recolocada com ajuda de sanguessugas
Um pitbull deixou a jovem com uma pequena laceração no braço e arrancou-lhe totalmente a orelha esquerda, com um brinco ainda no lugar.
O caso foi relatado na edição de hoje (17 de abril) do New England Journal of Medicine. [7 condições médicas bizarras]
Enquanto os cirurgiões plásticos são treinados para recolocar órgãos decepados, estas recolocações são mais simples quando o corte é limpo e nítido - tais como os feitos por uma faca de cozinha, disse o Dr. Stephen Sullivan, cirurgião plástico no Hospital de Rhode Island, que operou a jovem.
No entanto, a orelha desta mulher foi rasgada, tornando a cirurgia mais desafiadora. Usando um microscópio e ferramentas extremamente delicadas, Sullivan e a sua equipa cirúrgica encontraram uma pequena artéria de apenas 0,3 milímetros de diâmetro e recolocaram o fornecimento de sangue com três pontos microscópicos.
Uso de sanguessugas
A artéria trouxe sangue novo à orelha recolocada da mulher, mas a equipa cirúrgica não conseguiu encontrar uma veia para drenar o sangue de volta para o corpo. Então, eles voltaram-se para uma outra técnica: sanguessugas.
Em 2004, a Food and Drug Administration (FDA), organismo norte-americano de controlo alimentar e farmacológico, aprovou estes vermes sugadores de sangue para uso em medicina
"O corpo é muito eficiente em fazer novas artérias e veias, por isso, as sanguessugas são temporárias", disse Sullivan. "Elas agem como drenagem temporária para o ouvido, enquanto o ouvido faz as suas próprias novas veias".
Durante mais de duas semanas, a mulher esteve em recuperação no hospital com sanguessugas ligadas à sua orelha esquerda, drenando o sangue desoxigenado. Inicialmente, um tratamento com sanguessugas muitas vezes assusta os pacientes, mas eles geralmente habituam-se, afirma Sullivan.
Recolocação e recuperação
Com o tempo, a equipa de enfermagem foi removendo aos poucos as sanguessugas da paciente esperando mais tempo e durante períodos mais longos entre as substituições dos vermes. Enquanto isso, a orelha criou as suas próprias veias para drenar o tecido recolocado.
Hoje, a cicatriz é quase invisível. Uma vez que o ataque afetou apenas o ouvido externo da paciente, ou o pavilhão auricular, as lesões não danificaram a sua audição. A recolocação de orelhas é um desafio por causa das pequenas veias e artérias que alimentam a região, disse Sullivan.
Apenas cerca de 50 procedimentos bem sucedidas foram relatados na literatura em todo o mundo. Embora a cirurgia não fosse uma questão de vida ou morte para esta paciente, a recolocação da orelha irá desempenhar um papel importante na sua qualidade de vida, disse Sullivan. [
Via Livescience