Os banheiros da Roma antiga podem ter causado sérios danos à saúde pública
Você certamente já deve ter ouvido falar sobre os banheiros públicos da Roma Antiga e como eles eram perigosos para a saúde da população. Também já deve ter visto em algum livro de história que o Império Romano, durante o seu apogeu, trouxe diversos inventos que melhoraram muito a vida da população, seja por meio da construção de estradas, pontes ou saneamento.
Porém, um novo estudo sobre epidemiologia lança muitas dúvidas quanto à eficácia desse saneamento. Por meio de análise de mais de 50 sítios arqueológicos em todo o Mediterrâneo, os cientistas buscaram entender como os parasitas entraram em contato com os Romanos.
Porém, um novo estudo sobre epidemiologia lança muitas dúvidas quanto à eficácia desse saneamento. Por meio de análise de mais de 50 sítios arqueológicos em todo o Mediterrâneo, os cientistas buscaram entender como os parasitas entraram em contato com os Romanos.
Entre os materiais recolhidos para análise estavam fezes fossilizadas, também conhecidas como coprólitos, que podem reter ovos de parasitas e DNA durante milhares de anos. Com base nessa evidência, Piers Mitchell, um paleontologista da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foi capaz de esboçar a área geográfica de vários parasitas.
Para Jürg Utzinger, epidemiologista da Universidade de Basel, na Suíça, que não está envolvido no estudo, o trabalho é interessante, mas “não é uma tarefa fácil, porque estamos falando sobre o exame de um material fecal de milhares de anos”.
Para Jürg Utzinger, epidemiologista da Universidade de Basel, na Suíça, que não está envolvido no estudo, o trabalho é interessante, mas “não é uma tarefa fácil, porque estamos falando sobre o exame de um material fecal de milhares de anos”.
Embora os romanos sejam conhecidos pelos avanços no campo do saneamento, eles não compreendiam completamente a teoria dos germes e nem sabiam muito sobre os parasitas. Registros históricos apontam que os agricultores pegavam fezes nas cidades para fertilizar suas plantações, assim como algumas casas de banho eram construídas bem próximas às lavouras, com essa finalidade. Como os ovos dos parasitas podem permanecer vivos nas fezes por um longo tempo, essa prática pode ter contribuído para sua proliferação, segundo Mitchell.
Em outra análise, Mitchell aponta que o Império Romano espalhava o costume de comer peixes contaminados nas regiões conquistadas. As pessoas tinham o hábito de comer peixes crus ou malcozidos, além de um molho preparado a partir da fermentação do peixe pelo sol. A iguaria era consumida por todo o império, e quanto mais ele se expandia e levava sua cultura culinária, mais parasitas eram espalhados.
Apesar de tudo isso, para Ann Olga Koloski-Ostrow, da Universidade de Brandeis em Waltham, Massachusetts, que não está envolvida no estudo, seria um erro descrever os romanos como uma sociedade que foi imunda e repugnante. “Muitas de suas invenções, como o adubo e as famosas casas de banho, eram fundamentais para a época. O fato é que eles não tinham conhecimento sobre como a proliferação de germes e parasitas acontecia”, diz ela.
Em outra análise, Mitchell aponta que o Império Romano espalhava o costume de comer peixes contaminados nas regiões conquistadas. As pessoas tinham o hábito de comer peixes crus ou malcozidos, além de um molho preparado a partir da fermentação do peixe pelo sol. A iguaria era consumida por todo o império, e quanto mais ele se expandia e levava sua cultura culinária, mais parasitas eram espalhados.
Apesar de tudo isso, para Ann Olga Koloski-Ostrow, da Universidade de Brandeis em Waltham, Massachusetts, que não está envolvida no estudo, seria um erro descrever os romanos como uma sociedade que foi imunda e repugnante. “Muitas de suas invenções, como o adubo e as famosas casas de banho, eram fundamentais para a época. O fato é que eles não tinham conhecimento sobre como a proliferação de germes e parasitas acontecia”, diz ela.