População de ilhas do pacífico tem DNA de uma espécie desconhecida de humanos
Traços de um espécie humana extinta e misteriosa foram encontrados no DNA dos melanésios – que vivem em uma região ao sul do Oceano Pacífico, nordeste da Austrália. De acordo com pesquisas genéticas, nova espécie não se encaixa nos Neandertais nem Denisovanos, mas sim em uma terceira espécie antiga de seres humanos, até então desconhecida pelos cientistas.
“Estamos ignorando uma população, ou não estamos entendendo bem alguma coisa sobre as relações humanas”, disse Ryan Bohlender, da Universidade do Texas, em entrevista a Tina Hesman Saey, do Science News.
Bohlender e sua equipe investigou os vestígios do antigo hominídeo no DNA dos humanos modernos daquela região, e encontraram discrepâncias em relação às análises antigas, sugerindo que os Neandertais e Denisovanos não contam toda a nossa história evolutiva.
Acredita-se que entre 100 mil e 60 mil anos atrás, nosso ancestral mais “atual” saiu da África, fazendo os primeiros contatos com as espécies de hominídeos que viviam na Eurásia. Esse contato deixou marcas na nossa espécie que podem ser analisadas até os dias de hoje, com europeus e asiáticos carregando variações genéticas distintas do DNA de Neandertais em seus genomas.
Bohlender e sua equipe investigou os vestígios do antigo hominídeo no DNA dos humanos modernos daquela região, e encontraram discrepâncias em relação às análises antigas, sugerindo que os Neandertais e Denisovanos não contam toda a nossa história evolutiva.
Acredita-se que entre 100 mil e 60 mil anos atrás, nosso ancestral mais “atual” saiu da África, fazendo os primeiros contatos com as espécies de hominídeos que viviam na Eurásia. Esse contato deixou marcas na nossa espécie que podem ser analisadas até os dias de hoje, com europeus e asiáticos carregando variações genéticas distintas do DNA de Neandertais em seus genomas.
Crianças da Melanésia / Guido Amrein/Shutterstock.com
Mais cedo nesse ano, pesquisadores estiveram investigando certas
variações genéticas que europeus herdaram dos Neandertais, e descobriram
que essas informações genéticas podem estar associadas a vários
problemas de saúde, como risco de depressão, ataque cardíaco e uma série
de doenças na pele.
Além disso, um outro estudo publicado no começo do mês passado
encontrou evidências de que o papilomavírus humano (HPV) foi transmitido
ao Homo sapiens depois que nossos antepassados se relacionaram
sexualmente com Neandertais e Denisovanos, quando saíram da África.
Enquanto nossa relação com os Neandertais é amplamente estudada e
conhecida, o mesmo não se aplica aos Denisovanos. O problema é que os
Neandertais estão bem representados em fósseis que já encontramos ao
longo do tempo, principalmente na Europa e na Ásia. Mas tudo que temos
sobre os Denisovanos é um osso que pertenceu a um dedo e alguns dentes
encontrados em uma caverna na Sibéria em 2008.
Utilizando novos modelos de computador para entender a quantidade de
DNA Neandertal e Denisovano carregado pelos humanos modernos, Bohlender
sua equipe encontraram que os europeus e chineses carregam cerca de 2,8%
de DNA proveniente de seus ancestrais Neandertais.
Mas quando foram calcular a quantidade de DNA Denisovano, as coisas
ficaram um pouco mais complicadas, particularmente no que toca à
população da Melanésia – uma região do Pacífico que inclui Vanuatu,
Ilhas Salomão, Fiji, Papua Nova Guiné, Nova Caledônia, entre outros
países.
Depois de analisar a quantidade de DNA de Denisovanos e Neandertais
presentes nos melanésios, os pesquisadores se deram conta de que deveria
haver um terceiro grupo de hominídeos, que provavelmente se reproduziu
com os ancestrais dos melanésios.
Essa descoberta vai de encontro com um outro estudo realizado por
pesquisadores do Museu de História Nacional da Dinamarca, que analisou o
DNA de 83 aborígenes da Austrália e 25 nativos da Papua Nova Guiné.
Esse foi o estudo genético mais compreensivo em relação ao indígenas
australianos até o dia de hoje, e indicou que eles são a população
contínua mais antiga da Terra – datando de mais de 50 mil anos atrás.
Mas o resultados revelaram algo a mais – o DNA era muito semelhante
ao dos Denisovanos, mas distintos o suficiente para fazer os
pesquisadores acreditarem que poderia ter existido um terceiro hominídeo
em jogo, ainda desconhecido. “Que grupo é esse, ainda não sabemos”,
disse o pesquisador principal do estudo, Eske Willers.
Até que tenhamos mais evidências concretas dessa suposta terceira
espécie humana, não podemos afirmar que isso está comprovado. Além
disso, talvez a identificação do DNA dos Denisovanos seja mais ambígua
do que imaginamos, já que temos poucos fósseis dessa espécie
disponíveis.
Mais pesquisas sobre o tema deverão lançar luz e nos ajudar a tirar conclusões mais concretas.
Os resultados da análise de Bohlender foram apresentadas no encontro
da Sociedade Americana de Genética Humana, realizada no último mês no
Canadá.
Via Climatologia Geográfica / Originalmente por Bee Crew | ScienceAlert
Via Climatologia Geográfica / Originalmente por Bee Crew | ScienceAlert