"Pensei em me matar", diz náufrago que ficou 13 meses à deriva no Pacífico
José Alvarenga está bem de saúde e diz apenas sentir dores no tornozelo
Aos poucos, as autoridades das Ilhas Marshall, um arquipélago no meio do oceano Pacífico, vão descobrindo mais informações sobre o homem de 37 anos que desembarcou em um pequeno atol, na última quinta-feira (30), alegando ter passado 13 meses à deriva. Ele deu detalhes da morte de um colega que o acompanhava e revelou ter pensado em se matar.
De início, o náufrago afirmou se chamar José Iván. Sabe-se agora, que seu nome é José Salvador Alvarenga, e que ele é de El Salvador, mas vive como pescador no México há 15 anos.
O homem contou que estava pescando pequenos tubarões e camarões junto com um jovem chamado Ezekiel quando o barco onde estavam foi atingido por uma tempestade, em 21 de dezembro de 2012. Os detalhes ainda são um pouco nebulosos.
Alvarenga também já contou que, na verdade, o problema é que o motor do barco parou quando eles estavam em alto-mar e, por isso, ficaram à deriva.
Colega morreu no mar
Segundo o pescador, após alguns dias - que ele estima ser quatro meses - Ezekiel morreu, já que se recusava a comer passaros, tartarugas e pequenos tubarões para sobreviver.
"Durante quatro dias após a morte do meu colega, pensei em me matar. Mas eu não sentia o desejo. Eu não queria sentir dor. Então, não fiz nada", contou ao jornal inglês "The Telegraph".
Quando não conseguia recolher água da chuva, Alvarenga bebia sangue de animais e, até mesmo a própria urina. Perguntado se não se sentia entediado ou assustado, o pescador disse que não.
"Eu só tinha minha cabeça em Deus. Se fosse morrer, seria com Deus. Então, não tinha medo", afirmou.
Até se deparar com a ilha onde ficou, a ilha Ebón, Alvarenga ficou cercado de água por todo o tempo. Por sorte, só teve de enfrentar dois dias de mar agitado.
"Eu não sabia as horas, o dia ou a data. Só sabia que o sol aparecia e a noite caía. Nunca via terra. Só oceano puro", disse.
Quando finalmente avistou algumas árvores em um atol nas Ilhas Marshall, Alvarenga só conseguiu dizer "oh, Deus". Ele chegou à praia e dormiu. Ao acordar, ouviu um galo e viu uma pequena casa.
"Duas mulheres me viram e começaram a gritar. Eu não estava vestido. Tinha só uma cueca, toda rasgada", contou.
Náufrago se recupera
Alvarenga está se recuperando em um hospital em Majura, capital do país. Apesar de barbudo e com dores no tornozelo, o pescador está em boas condições de saúde e quer muito voltar ao México. Nesta segunda-feira (3), ele se encontrou com o embaixador dos EUA no país e com funcionários do governo local.
"É difícil imaginar alguém vivendo 13 meses no mar. Mas também é difícil conceber alguém chegando na ilha do nada. Certamente esse cara passou por uma provação e esteve no mar por muito tempo", disse o embaixador Tom Armbruster à Associated Press.
"Ele está ansioso em entrar em contato com seu patrão e com a família de Ezekiel. É sua motivação no momento", afirmou Armbruster.
Segundo o embaixador, Alvarenga não tem família no México, mas teria três irmãos vivendo nos EUA. O embaixador mexicano nas Filipinas, Julio Camarena, está ajudando no caso.
Secretária está cética
A secretária de Assuntos Estrangeiros das Ilhas Marshall, Gee Bing, ainda duvida um pouco da história de Alvarenga, após ter se encontrado com ele.
"Ainda não sei se acredito na história. Ele não parece estar tão magro quanto os náufragos que vimos no passado. Tenho dúvidas", afirmou.
No entanto, um oceanógrafo ouvido pela Associated Press disse ser possível que o barco que saiu do México tenha sido levado pelas correntes marítimas até as Ilhas Marshall. Segundo Erik van Sebille, a viagem duraria cerca de 18 meses, mas ele não descarta uma jornada de 13 meses.
"O barco estava indo em direção da Indonésia e encontrou as Ilhas Marshall", explicou. (Com agências internacionais)
Segundo o pescador, após alguns dias - que ele estima ser quatro meses - Ezekiel morreu, já que se recusava a comer passaros, tartarugas e pequenos tubarões para sobreviver.
"Durante quatro dias após a morte do meu colega, pensei em me matar. Mas eu não sentia o desejo. Eu não queria sentir dor. Então, não fiz nada", contou ao jornal inglês "The Telegraph".
Quando não conseguia recolher água da chuva, Alvarenga bebia sangue de animais e, até mesmo a própria urina. Perguntado se não se sentia entediado ou assustado, o pescador disse que não.
"Eu só tinha minha cabeça em Deus. Se fosse morrer, seria com Deus. Então, não tinha medo", afirmou.
Até se deparar com a ilha onde ficou, a ilha Ebón, Alvarenga ficou cercado de água por todo o tempo. Por sorte, só teve de enfrentar dois dias de mar agitado.
"Eu não sabia as horas, o dia ou a data. Só sabia que o sol aparecia e a noite caía. Nunca via terra. Só oceano puro", disse.
Quando finalmente avistou algumas árvores em um atol nas Ilhas Marshall, Alvarenga só conseguiu dizer "oh, Deus". Ele chegou à praia e dormiu. Ao acordar, ouviu um galo e viu uma pequena casa.
"Duas mulheres me viram e começaram a gritar. Eu não estava vestido. Tinha só uma cueca, toda rasgada", contou.
Náufrago se recupera
Alvarenga está se recuperando em um hospital em Majura, capital do país. Apesar de barbudo e com dores no tornozelo, o pescador está em boas condições de saúde e quer muito voltar ao México. Nesta segunda-feira (3), ele se encontrou com o embaixador dos EUA no país e com funcionários do governo local.
"É difícil imaginar alguém vivendo 13 meses no mar. Mas também é difícil conceber alguém chegando na ilha do nada. Certamente esse cara passou por uma provação e esteve no mar por muito tempo", disse o embaixador Tom Armbruster à Associated Press.
"Ele está ansioso em entrar em contato com seu patrão e com a família de Ezekiel. É sua motivação no momento", afirmou Armbruster.
Segundo o embaixador, Alvarenga não tem família no México, mas teria três irmãos vivendo nos EUA. O embaixador mexicano nas Filipinas, Julio Camarena, está ajudando no caso.
Secretária está cética
A secretária de Assuntos Estrangeiros das Ilhas Marshall, Gee Bing, ainda duvida um pouco da história de Alvarenga, após ter se encontrado com ele.
"Ainda não sei se acredito na história. Ele não parece estar tão magro quanto os náufragos que vimos no passado. Tenho dúvidas", afirmou.
No entanto, um oceanógrafo ouvido pela Associated Press disse ser possível que o barco que saiu do México tenha sido levado pelas correntes marítimas até as Ilhas Marshall. Segundo Erik van Sebille, a viagem duraria cerca de 18 meses, mas ele não descarta uma jornada de 13 meses.
"O barco estava indo em direção da Indonésia e encontrou as Ilhas Marshall", explicou. (Com agências internacionais)
Fonte: Uol