Estas incríveis criaturas podem “ver” de maneira diferente de qualquer outro animal na Terra
Laidre e sua equipe colocaram os gravadores a uma profundidade de 3 a 18 metros para descobrir quando e onde os animais fariam seus sons e como eles responderam aos ecos. Eles descobriram que, em vez de usar suas habilidades de sonar como um holofote para tomar uma vasta gama de objetos de uma só vez, os cliques foram extremamente direcionados, focando nas coisas como uma lanterna.
Como eles controlam muito bem esta lanterna sonar e a desligam, os narvais são capazes de reconstituir de forma mais detalhada seu ambiente. Para os pesquisadores isso é uma reconstrução de maior resolução de qualquer animal da Terra – com a possível exceção da baleia-branca. Uma vez que este panorama é observado através da ecolocalização, os narvais podem preencher os detalhes, tais como movimentos ou o aroma de um companheiro, usando esse dente.
Em 2014, os pesquisadores descobriram, que esse dente tem renunciado a proteção de esmalte, tornando-o sensíveis. “A água do mar entra na trompa através de canais de cemento, que também estão presentes em dentes humanos“, relata o especialista James Maynard. “O líquido, em seguida, viaja através de uma rede de túbulos para o centro do dente. Ali, a água excita terminações nervosas na polpa do dente e envia sinais para o cérebro do animal“, completa
Laidre e sua equipe desejam descobrir como desvendar mais os segredos do narval para ajudar a conservar a espécie. “Narvais estão vivendo uma vida secreta no Ártico, mas esse estudo revelou um dos grandes segredos dessa região“, disse o ecologista Mads Peter Heide-Jørgensen, do Instituto de Greenland, que não esteve envolvido no estudo.
A pesquisa foi publicada na PLoS ONE.
[ Science Alert ] [ Foto: Divulgação / NIST ] Via Jornal Ciências